segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

TUBERCULOSE RENAL!!!

Tuberculose renal


Introdução

A Tuberculose Renal é causada pela invasão do sistema urinario pelo bacilo da tuberculose. Essa invasão ocorre sempre através do sangue, e em grande número de casos, os micróbios originam-se de um foco tuberculoso pulmonar.

Outras vezes, o foco inicial está localizado no intestino, nas amígdalas ou até mesmo na pele. No aparelho urinário, a localização mais freqüente da tuberculose é no rim.

A maior parte dos casos de tuberculose dos ureteres (conduto que ligam os rins à bexiga) e da bexiga resulta da propagação de lesões iniciais localizadas no rim.

Freqüentemente, a tuberculose renal evolui insidiosamente, sem apresentar qualquer sintoma característico.

Isso ocorre quando a lesão tuberculosa localiza-se no interior do tecido renal. No entanto, quando a lesão atinge os cálices renais (pequenas estruturas com forma de taça que recolhem a urina no interior dos rins) ou as vias urinárias, verifica-se a eliminação de sangue na urina (hematúria); esse aliás, pode ser o único sintoma.

A quantidade de sangue perdido é variáve, a urina pode tornar-se intensamente avermelhada ou apresentar somente pequena quantidade de glóbulos vermelhos.

Neste último caso, a eliminação de sangue na urina é evidenciada através do exame microscópico do sedimento urinário, realizado rotineiramente no exame comum de urina.

Quando a eliminação de sangue não é possível a olho nu, denomina-se hematúria microscópica. Por outro lado, um foco tuberculoso renal pode permanecer estacionário durante anos, passando totalmente despercebido.

Incidência

A Tuberculose Renal é a terceira forma mais freqüente da doença extrapulmonar.

Tem uma incidência maior em indivíduos com mais de 45 anos de idade.

Agente etiológico

O agente etiológico da Tuberculose renal é o mesmo da Tuberculose pulmonar: Bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch.

Fisiopatologia

O bacilo alcança o sistema urinário através de disseminação linfo-hematogênica, implantando-se no córtex renal, onde se multiplica.

O processo patológico avança pelas pirâmides até atingir o sistema coletor, com conseqüente comprometimento de cálices, pelves, ureteres e bexiga.

O comprometimento é bilateral, mas quase sempre assimétrico, exceto nas fases avançadas da doença.

Período de latência

A Tuberculose renal dentre os diversos tipos de tuberculose, e a que apresenta o maior tempo de latência. O tempo entre a primoinfecção e as manifestações clinicas podem chegar ate 20 anos.


Formas clínicas

O bacilo de Koch, ao invadir o rim, provoca lesões semelhantes às encontradas nos pulmões e outros pontos do organismo.

A lesão mais grave é a caverna tuberculosa, que determina a destruição de importantes porções dos rins. As formas clínicas da Tuberculose renal podem ser classificadas em:

Tuberculose renal miliar: aparecem pequenos tubérculos isolados, disseminados pelo tecido renal.

Tuberculose nodular: grandes áreas apresentam necrose (morte celular), com formação local de substância caseosa, determinando o aparecimento de nódulos de grande tamanho.

Na evolução dessa forma da doença, a lesão estende-se do tecido renal para a periferia do rim, e deste para os cálices e pelve renais, que ficam repletos de restos caseosos. Essa forma geralmente inicia-se num dos pólos do rim.

Tuberculose renal cavitária: formações de cavernas tuberculosas, pela destruição do tecido renal.

Quando a caverna rompe-se para a pelve renal, possibilita a disseminação da doença para os ureteres e a bexiga.

A deformação das vias urinárias não é provocada pelas lesões tuberculosas ativas, aparecem no processo de cicatrização espontânea ou após a administração de medicamentos.

A deformação cicatricial provoca o aparecimento de zonas estreitadas (estenoses) nas vias urinárias. Esses estreitamentos são potencialmente perigosos porque podem bloquear por completo a passagem de urina, determinando profundas alterações dos rins, a até mesmo sua destruição. Essa é a forma mais grave da doença.

Sinais e sintomas

Doença de evolução lenta e silenciosa, na maioria dos casos, os sintomas só aparecem quando ocorre o comprometimento da bexiga.

Os bacilos que se encontram na pelve renal, passam também para a bexiga através dos ureteres. Os sintomas geralmente são parecidos com uma cistite.

período prodrômico:

disúria (micção dolorosa);

hematúria (micção com presença de sangue), em alguns casos;

polaciúria (vontade de urinar constantemente e em pequenas quantidades);

dor constante na região da bexiga.

período agudo:

dor lombar forte, devido a distenção da cápsula renal;

urgência urinária;

disúria extremamente dolorosa;

febre;

infecção urinária;

colicas nefréticas (cólicas renais).

Obs: Caso o paciente pare de urinar, é um sinal indicativo de estenose nas vias urinárias. O paciente deve ser internado imediatamente para avaliação diagnóstica.

Diagnóstico

Anamnese.

Exame físico.

Exame clínico.

Exames laboratoriais.

Exames de urina específicos.

Pesquisa do bacilo de Koch na urina: A cultura de urina no meio de Lowestein-Jensen é o exame mais importante para o diagnóstico positivo da doença.

Citoscopia: exame que consiste na visualização do interior da bexiga, esse exame permite evidenciar lesões tuberculosas localizadas na bexiga, também permitindo a realização de biópsia da mucosa da bexiga.

UGE - Urografia excretora: exame que consiste na introdução de substâncias radiopacas na circulação do paciente, seguida da realização de algumas chapas radiográficas a intervalos.

USG - Ultra-sonografia: mostra com mais detalhe a textura do parênquima renal, suas delimitações e relações, a presença de microcalcificações, além da existência ou não da estrutura quando há exclusão renal a urografia.

Exame de Pielografia ascendente: exame radiológico feito após a introdução de uma substância de contraste no interior do ureter, completa os dados fornecidos pela urografia.

TC - Tomografia computadorizada: detalha a composição estrutural dos órgãos, sendo de grande auxílio em algumas circunstâncias.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial deve ser feito para que a Tuberculose renal não seja confundida com outras patologias com quadro clínico semelhante.

Através dos exames clínico, físico, laboratoriais e estudos radiológicos o médico pode excluir essas doenças, até chegar ao diagnóstico correto. As doenças que podem ser confundidas com a Tuberculose renal são as seguintes:

Cálculo renal.

Cistite intersticial.

Neoplasia renal (câncer).

Neoplasias vesicais.

Neoplasia da prostáta.

Tratamento

Objetivo: Erradicar o organismo agressor.

Existe tratamento medicamentoso específico para essa patologia, enquanto as lesões não evoluíram para a forma grave.

Quando as lesões já evoluíram para a forma grave de apresentação da doença, o tratamento é sintomático conforme os sintomas apresentados e suas intercorrências.

Administração de drogas antituberculosas podem ser usadas quando as lesões forem localizadas e de pequenas dimensões.

Tratamento cirúrgico é indicado quando as lesões evoluem para as formas graves, destruindo áreas maiores de tecido renal ou deformações extensas das vias urinárias.

Nefrectomia (retirada cirúrgica do rim): cirurgia indicada quando ocorre graves alterações na função do rim, devido à destruição em grande área do rim, resultantes das lesões cavitárias de grande extensão.

Dieta nutritiva.

Evitar esforços excessivos.

Repouso se necessário.

Deve-se promover um bom estado geral de saúde no paciente, pois a tuberculose renal constitui uma manifestação de uma doença sistêmica.

Fonte: MC Correia Online

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