quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Doar... Um ato de Amor!!!

Eles tinham um sonho. O Lume – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp – e os 11 grupos que vivem ao seu redor no distrito de Barão Geraldo, bebendo seus ensinamentos, há tempos queriam realizar um espetáculo com todos juntos. Em 31 de janeiro, abrindo as comemorações dos 25 anos do Lume, 75 atores e 30 profissionais que trabalham atrás do palco apresentaram “O Sonho de Ícaro”, na oitava edição do Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas.



Teatro experimental, teatro de bonecos, trapézio, bloco de samba, muitos clowns. Desde que a ideia foi lançada, em agosto do ano passado, cada grupo recebeu o roteiro e criou a própria cena, conforme sua especialidade. “Antes do dia da apresentação, foram cinco dias de trabalho intensivo na montagem, da manhã à noite, com o maior prazer, sem discussão ou cansaço. Era como se todos quisessem agradecer ao Lume”, conta o ator e pesquisador Carlos Simioni, coordenador do núcleo da Unicamp.

A capacidade do Galpão do Sesc de Campinas é de 600 lugares, quase a mesma quantidade de pessoas que não conseguiu entrar. Segundo Simioni, quando a produção do Feverestival perguntou se os grupos, ainda que exaustos, poderiam oferecer outra sessão, nenhum titubeou. “O Lume é querido na cidade e vimos um público ávido por estar junto. Foi uma celebração digna de teatro, uma comunhão. A intenção era fazer um espetáculo bonito, mas ficou grandioso”.

Carlos Simioni lembra que o Feverestival surgiu dos cursos dados pelo Lume em todo mês de fevereiro e que atraem atores do Brasil inteiro e também do exterior. Neste fevereiro de 2010, por exemplo, entre 500 e 600 deles estão em Barão Geraldo – incluindo os vindos dos EUA, Costa Rica, Panamá, Bolívia, Portugal e Espanha. “Pensamos, então, que esses grupos e atores solos poderiam aproveitar a estada para mostrar seus trabalhos ao público. Cerca de 180 grupos se inscreveram para esta edição do festival. Foi difícil selecionar nove”.


De acordo com Simioni, que participou do processo de escolha, o excesso de atividades – cursos, pesquisa, montagem e apresentações de espetáculos, viagens – impediu que o Lume seguisse na organização do Feverestival, passada a outros grupos. Isso não impediu a criação do espaço Terra Lume, das 18h às 20h, no intervalo entre os cursos diurnos e os espetáculos do festival. “É um espaço de fermentação do pensamento, com conferências, vídeos, demonstrações de técnicas e troca de ideias”.

O Feverestival termina nesta sexta-feira (12). O Lume e a organização do festival, com o apoio do Matula Teatro, promovem às 18 horas. em clima de Carnaval, o terceiro Trueque – que significa troca. É um cortejo artístico formado por atores, artistas circenses e músicos, com a participação da comunidade. Ele vai homenagear os 25 anos do Lume, os 15 anos do grupo Seres de Luz e o músico Lucas da Rosa (falecido, que ganhou um samba-enredo do Cupinzeiro).

Durante o ano

Desde sua fundação em 11 de março de 1985, o Lume criou 23 espetáculos e mantém 13 deles em repertório. Os espetáculos e um conjunto de 15 workshops e demonstrações técnicas vêm sendo apresentados pelo Brasil e por mais de 20 países. “Além das pesquisas que realizamos, neste ano comemorativo vamos viajar com o projeto Casa Lume: são três ou quatro espetáculos e cinco workshops e demonstrações. A gente se instala em uma cidade por dez dias e, depois de transmitir nossas técnicas, realiza um cortejo pelas ruas com os alunos”, diz Carlos Simioni.

É assim, observa o coordenador, que o Lume cumpre seu papel de núcleo interdisciplinar no que se refere à extensão, formando agentes multiplicadores que disseminam técnicas como de dança pessoal ou mímesis corpórea pelo país. “Justamente para comemorar os 25 anos, vamos lançar quatro novos livros e preparar uma nova montagem com nossos sete atores”.

Simioni se diz especialmente motivado este ano, depois de doar um rim à irmã, há quatro meses. “Ela está ótima e feliz, não houve rejeição. No início, confesso que fiquei apreensivo, já que meu trabalho é essencialmente corporal e exige oito horas diárias de exercícios. Alguns médicos diziam que, sem um rim, eu perderia metade da energia, mas parece que voltei mais forte e recomecei meu curso para vinte pessoas. Acho que o ato da doação nos transforma”.

2 comentários:

  1. Meu irmão lindo se sentindo ainda melhor depois de ter doado o rim para mim..... Ele está ótimo e eu tb e nós estamos muito felizes...

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  2. eu queria saber se ten como faser uma troca de rin com outra pesoa que precisa de um rin a+ e outra pessoa precizase de um rin 0+, ai faser uma troca de rin com a familia que tem um rin 0+ e quer trocar por um rin a+.

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